Apresentação

Bem vindo ao meu blog! Este blog reúne alguns de meus trabalhos já realizados, projetos em andamento e notícias da área. Você vai encontrar muita informação e dicas sobre arquitetura, projetos e estruturas metálicas.


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quarta-feira, 11 de março de 2015

Interfaces AÇO x CONCRETO em Pilares

            Quando o arquiteto especifica ou indica a utilização de estrutura metálica desde a concepção do ante-projeto, acaba tirando proveito máximo das características do material. Apropria-se dessas características, o que acaba norteando o partido arquitetônico também. Características como a inserção de malhas de eixos, vencimento de grandes vãos estruturais sem apoios intermediários, apoio de grandes cargas com vigas de reduzida altura. Podemos também tirar proveito estético do aço, deixando-o aparente ou o recobrindo. 

           Mas na prática, no projeto executivo e no canteiro de obras, surge a dúvida: como fazer? Como interligar elementos tão diferentes como aço e concreto? As respostas são mais simples do que possam parecer.

                PILARES
                Na maioria dos casos pilares  em aço são especificados com perfis em formato I ou H ou ainda em  tubos (quadrados, retangulares ou redondos). Uma das maneiras mais utilizadas é o que se chama de Pilar Misto. A idéia consiste na instalação do pilar metálico, colocação de formas ao redor dele, formando um retângulo, e posterior concretagem. No caso de pilares tubulares a fôrma faz-se desnecessária e a concretagem é feita na área vazia interior ao tubo.


                O Pilar de aço acaba servindo como parte da armadura do Concreto Armado, fazendo a estrutura suportar mais cargas num espaço mais reduzido. Muitas vezes faz-se necessária armadura leve em vergalhões de aço, para evitar fissuras no concreto. Outra situação muito utilizada é o recobrimento do pilar de aço com placas de gesso acartonado, dando aparência de leveza a estruturas onde não se faz necessária a concretagem. Neste caso o interior fica oco e pode ser utilizado para passagem de instalações (elétricas, lógica, telefonia, segurança).
            Outro aspecto a considerar é a proteção contra incêndios. O aço começa a perder sua resistência estrutural em temperaturas a partir de 600°C, e os incêndios facilmente atingem 1000°C ou mais.

                      Para proteger o aço estrutural há várias maneiras. Em pilares mistos faz-se a concretagem com uma cobertura mínima do aço, o que retarda bastante a ação dos incêndios, evitando um colapso estrutural. O gesso também funciona como retardador do fogo, evitando o contato direto do fogo com o aço. Uma terceira maneira muito utilizada é a projeção de argamassa retardadora de fogo diretamente sobre o aço. As tintas também ajudam nesta proteção, em especial as tintas intumescentes. Estas tintas ainda não são largamente utilizadas no país devido ao seu alto custo, porém são muito eficazes em sua proteção. À primeira vista, no canteiro, são tintas comuns, porém na situação de um incêndio eles reagem com o calor e aumentam de volume, deixando de ser películas finas de tinta e passando a parecer muito mais como espumas de PU (poli-uretano), ou seja, "estufam".
Perfis de aço pintados com Tinta Intumescente.

                                Gostaria de mais informações ou um orçamento? Entre em contato!

e-mail: Felipe Schmitzhaus (arquiteto.schmitzhaus@gmail.com)
Telefone: (51) 9142 1272

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Pouco Espaço, Muita Criatividade!

A concepção da Casa  4 x 30, localizada no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, começou com um grande desafio: acomodar, em um lote de apenas 4 x 30 m, ladeado por casas geminadas, todo o programa daquela que seria a morada de um casal de arquitetos. E para esse feito, o aço como opção estrutural foi a melhor solução. Um jardim central, recortado no volume construído,confere à residência três faces banhadas de luz para superar o problema. Neste espaço, vigas estruturais de aço, fixadas na alvenaria de bloco estrutural, à esquerda, e em pilares de aço embutidos na parede, à direita, se descortinam e atravessam toda a residência para servir de apoio ao corredor de passagem e aos dormitórios localizados no pavimento superior. “O primeiro eixo, do quarto da frente, é atirantado na viga superior para criar o principal detalhe da fachada, o vidro em L. O restante da estrutura dos quartos foi apoiado nas vigas transversais de aço que passam pela passarela. A impressão que fica, de quem olha de baixo, é a de que os quartos estão flutuando no interior do imóvel”, conta a arquiteta.
A casa é organizada por dois blocos de tamanho diferentes, unidos por uma passarela em torno do jardim, que faz com que os moradores desfrutem do verde em todos os deslocamentos. Ao fundo, uma escada feita em aço conduz os moradores ao segundo andar.

                 Caixas metálicas. No pavimento superior, duas caixas metálicas acomodam as suítes: uma localizada na frente da residência e a outra, nos fundos. Os quartos são acessados pelos fundos da casa e se interligam por meio de uma passarela, também em aço, que exibe aos visitantes, nas paredes, um grande painel artístico. E o aproveitamento inteligente dos espaços não se limita ao interior da casa. Na cobertura localizada acima das caixas que acomodam os quartos, há ainda um grande deque cercado por uma faixa de "telhado verde". Nesse espaço, a manutenção dos equipamentos de ar-condicionado e aquecimento de água é facilitada, mas o espaço se destaca, principalmente, por ser uma área de lazer complementar ao jardim do térreo.


              Execução Estudada. A localização do lote e a limitação de espaço exigiam facilidade construtiva, rápida execução, sem retrabalhos e pequena geração de resíduos durante a obra. Com a ajuda de caminhões do tipo munk,as peças, que chegavam prontas ao canteiro, eram içadas e soldadas na posição indicada em projeto. Em dez dias foi possível montar toda a estrutura. Além do aço, outros materiais característicos de construção seca foram adotados no projeto, Com isso, além de uma construção rápida e precisa, o resultado foi uma residência que pode, inclusive, ser facilmente readaptada de acordo com as necessidades dos moradores, ou até mesmo desmontada.


Fonte: Revista Arquitetura & Aço (n. 40)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AÇO: SOLUÇÃO para residências

                      São muitas as razões que motivam arquitetos a utilizarem estruturas de aço nos seus projetos residenciais. A versatilidade do material, as propriedades relacionadas à sustentabilidade, a leveza, a velocidade construtiva e as variadas possibilidades estéticas que o aço oferece, são somente algumas das vantagens. Um aspecto é explorado com muita criatividade e competência nos diferentes projetos: a possibilidade de tirar partido das estruturas em aço para criar grandes aberturas, favorecendo a iluminação natural e a ventilação dos ambientes e ainda, no caso abaixo, oferecendo a visão de belas paisagens.

Residência se beneficia da bela paisagem do entorno em uma área de
preservação natural, com grandes aberturas em estrutura de aço.

                  Privilegiar a vista do entorno. Este era o principal objetivo dos arquitetos, ao criar a Casa Bosque da Ribeira, em Nova Lima, Minas Gerais. No projeto, a adoção de perfis estruturais de aço contribuiu para viabilizar a presença de grandes aberturas, que revelam uma paisagem marcada pela mata da Serra do Curral, patrimônio nacional tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e símbolo da capital mineira. Montada em 60 dias, a estrutura metálica soldada foi associada às lajes de concreto aparente. “Ela possibilitou a execução acelerada, além de permitir vãos internos maiores, obtidos de maneira mais racional”, diz o arquiteto, que esclarece que os vãos garantem a continuidade visual entre o interior e o exterior da construção. “O de 12 m, por exemplo, é vencido por vigas metálicas que percorrem transversalmente o terreno e são apoiadas em pilares, também de aço, ocultos nos taludes laterais.”
                       Planta revelada. Na implantação, tanto o partido estrutural quanto o perfil topográfico do terreno em aclive viabilizaram a criação de uma praça de chegada coberta – espaço flexível que funciona como estacionamento e hall de distribuição de onde partem duas escadas. A menor delas,
feita com chapas e perfis de aço, conduz à principal circulação horizontal da casa. Já a maior, por sua vez, liga a praça ao pátio central gramado, configurado pelo vazio da planta baixa em C.

A fachada é marcada pela presença de duas grandes vigas metálicas em toda a sua extensão. Abaixo, pátio interno aparece rodeado pela construção com estrutura mista em aço e concreto.

Elevadas a 3 m em relação à rua, as salas de
jantar e de estar de pé-direito duplo possuem
uma conexão visual privilegiada com as copas
das árvores da entrada. O escritório e a área
íntima ocupam o segundo pavimento da construção, assinalado pelas venezianas metálicas que protegem os panos de vidro da incidência.  Já a cozinha foi disposta de maneira longitudinal no terreno, entre a porção social e o bloco de serviços. Das quatro suítes, a principal, voltada para a frente do terreno, traz a vista da cidade de Nova Lima e da Serra do Curral . Outras duas são voltadas para a mata e só uma delas é virada para o pátio interno, recurso que reforça ainda mais a entrada de luz e ventilação naturais na construção. O fato de a casa estar assentada no meio do terreno reduziu a necessidade de escavação e de movimentação de terra, fazendo com que o projeto seguisse uma lógica construtiva simples.

As grandes vigas com fechamentos em vidro nas salas de estar e de jantar de pé-direito duplo. A conexão visual com a paisagem externa está presente nas áreas da casa.

Fonte: Revista Arquitetura & Aço (n. 40)