Apresentação

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segunda-feira, 13 de abril de 2015

NEWS Gigante Sustentável


Nunca o aço foi tão aplicado em um centro de pesquisas nacional como no projeto de ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. A construção, idealizada em 2004 e inaugurada em 2010, foi projetada pelo arquiteto Siegbert Zanettini, da Zanettini Arquitetura Planejamento e Consultoria, em coautoria com o também arquiteto José Wagner Garcia, e conta com cerca de 7 mil toneladas de aço em toda a sua estrutura.
Segundo Zanettini, as soluções industrializadas em aço foram escolhidas para o projeto não só por suas contribuições à sustentabilidade da obra, mas também por uma questão de prazo. “Deveríamos entregar o complexo no menor tempo possível; então, optamos por estruturas pré-fabricadas para atender ao prazo exigido. Como essas soluções permitem uma construção a seco, limpa e não requerem grandes espaços para a estocagem de materiais, transformamos a obra em um imenso canteiro de montagem e entregamos o conjunto em três anos”, detalha o arquiteto. Apenas as fundações, vigas baldrames e estruturas moldadas in loco em concreto foram executadas de forma convencional no canteiro.
 Radiografia do projeto 
Feito em estrutura radial com 75 m de diâmetro, o Centro de Convenções localiza-se próximo à entrada do complexo e conta com uma cobertura secundária de sombreamento em membrana retesada (tensoestrutura) sobre a recepção, salas de reuniões, video-conferências e eventos. A estrutura metálica da tensoestrutura é formada por 11 módulos, sendo cada um composto por arcos tubulares calandrados dispostos em planos radiais. “Cada plano é sustentado internamente por um mastro tubular vinculado ao solo e aos arcos de forma articulada. Externamente, duas escoras tubulares inclinadas que se apoiam na cobertura cumprem este papel”, explica Zanettini.

Cobertura em aço e em balanço foi projetada como uma espécie de "árvore metálica" com aberturas laterais para assegurar ventilação cruzada à edificação central aliviando a carga térmica do conjunto.

“Uma estrutura espacial com perfis tubulares e chapas metálicas termoacústicas foi projetada para sombreamento dos espaços da cobertura do prédio central. Nas extremidades, os beirais receberam chapas metálicas perfuradas como cobertura”, esclarece Zanettini, que reforça que a montagem da estrutura metálica foi realizada em uma sequência lógica de pilares, vigas e lajes steel deck. “As árvores metálicas com cobertura em telha zipada vieram por último.” 
Para a engenheira Heloísa Martins Maringoni, da Companhia de Projetos, empresa responsável pelo projeto estrutural do Cenpes, tanto o edifício central, com seus balanços e cobertura arbórea, quanto o Centro de Convenções com estruturas tensionadas, merecem destaque. “São estruturas sofisticadas, de uma complexidade muito grande. As varia- ções propostas não eram convencionais, e por isso, além do uso de softwares de cálculo, também desenvolvemos rotinas específicas para o pré-dimensionamento e detalhamento das mesmas”, garante.
Laboratórios sustentáveis 
Nos laboratórios, dispostos de forma transversal e abaixo do edifício principal, o aproveitamento de recursos naturais, assim como as soluções em aço, também se repetem. A estrutura de aço segue uma modulação de 10 x 10 m em todos os laboratórios e foi concebida de forma a permitir total flexibilidade do layout interno, que pode ser modificado sem interferências na estrutura. As lajes alveolares protendidas que compõem o piso são apoiadas nas vigas de aço e dispõem de espaço para passagem de utilidades formando um piso técnico. A superestrutura metálica suporta também pipe-racks, a cobertura de sombreamento e os painéis fotovoltaicos. “As estruturas são em vigas I e o plano de cobertura dos laboratórios tem vigas mistas com vãos de 10 m, espaçadas a cada 2,5 m, para a adoção do sistema de forma-laje. Os perfis metálicos totalizam 1.762 toneladas de aço”, informa Zanettini.
Já os painéis fotovoltaicos, instalados sobre a cobertura dos laboratórios nas regiões com maior incidência solar, surgem orientados para o norte com inclinação de 22°50’ para assegurar uma fonte alternativa energética limpa e renovável ao conjunto. Além da energia natural, os laboratórios recebem iluminação artificial complementar dimerizável, com acionamento automatizado controlado por sensores.
E tal como no edifício central e no Centro de Convenções, o aço também surge de forma diferenciada no Centro de Realidade Virtual, à esquerda do terreno. Lá foi construída uma estrutura geodésica elíptica de 35 x 20 x 14 m, formada por 960 triângulos, 1.623 barras e 477 nós, utilizando 345 toneladas de aço. “As peças da estrutura já chegaram prontas e sua montagem ocorreu de forma simultânea para que houvesse um significativo ganho de tempo na execução. A montagem das estruturas levou apenas um ano”, pontua o arquiteto. O conjunto ganhou o Prêmio Green Building Brasil, em 2011, e o Green Nation Fest, na categoria arquitetura sustentável no ano seguinte. (E.Q.)

Fonte: Revista Arquitetura & Aço (edição 41)

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